Varíola do macaco: OMS volta a pedir redução de parceiros sexuais
Chefe da agência de saúde aconselha homens em risco a adotarem medidas para se proteger
A Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a pedir, nesta quarta-feira, 27, a redução do número de parceiros sexuais para se evitar mais infecções por varíola do macaco (monkeypox).
Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que 98% dos casos de varíola detectados desde que os surtos surgiram em maio ocorreram entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens. Ele pediu que aqueles em risco tomem medidas para se proteger.
“Isso significa fazer escolhas seguras para você e para os outros, para homens que fazem sexo com homens”, disse Tedros. “Isso inclui, no momento, reduzir o número de parceiros sexuais.”
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Em entrevista coletiva, o conselheiro da OMS Andy Seale, especialista em HIV, hepatite e ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), esclareceu que, até agora, a doença não pode ser classificada como uma infecção sexualmente transmissível (IST), pois os cientistas não confirmaram que a troca de fluidos desempenha um papel na transmissão.
“Ela é transmitida por contato próximo com a pele, um pouco como herpes, então não podemos dizer que usar camisinha pode prevenir”, explicou.
A OMS enfatiza que – embora 98% dos casos até agora estejam entre homens que fazem sexo com homens – qualquer pessoa exposta pode pegar o vírus, e crianças, mulheres grávidas e imunossuprimidos estão especialmente em risco de doença grave.
Situação no mundo
Já foram reportados mais de 18 mil casos da doença, em 78 países diferentes pelo mundo. Mais de 70% dos casos relatados estão na União Europeia e 25% nas Américas.
Até agora, cinco mortes foram relatadas e cerca de 10% de todos os pacientes são internados no hospital para controlar a dor.
No sábado, a OMS declarou a varíola dos macacos uma emergência de saúde de preocupação internacional.
Isso significa que a agência da ONU vê o surto como uma ameaça significativa o suficiente para a saúde global que é necessária uma resposta internacional coordenada para impedir que o vírus se espalhe ainda mais e potencialmente se transforme em uma pandemia.
Sintomas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que a grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.
Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.
Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.
Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.
Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.