Entenda quais são as vias de transmissão da varíola do macaco

O vírus se espalha principalmente através do contato direto e prolongado entre pessoas; veja as formas

O surto de varíola do macaco (monkeypox, em inglês) já se espalhou em mais de 20 países. As vias de transmissão da doença são conhecidas, porém, os pesquisadores tentam entender se o vírus sofreu alguma modificação que tem facilitado sua propagação.

O maior risco de transmissão é considerado através do contato direto ou muito próximo com um caso confirmado, gotículas ou superfícies e objetos contaminados.

Confira as forma de transmissão da varíola do macaco
Créditos: BlackJack3D/istock
Confira as forma de transmissão da varíola do macaco

Contato de pessoa a pessoa

A transmissão do vírus de pessoa para pessoa se dá pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, gotículas respiratórias ou feridas.

O vírus pode se espalhar durante o contato íntimo entre as pessoas, inclusive durante o sexo, bem como atividades como beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença.

Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais. Apesar de não haver essa confirmação, as autoridades de saúde do Reino Unido estão orientando, como precaução, que as pessoas diagnosticadas com a doença usem preservativos por 8 semanas após a infecção.

O período de maior risco de transmissão é compreendido desde o início dos primeiros sintomas até que as lesões tenham cicatrizado e as crostas das feridas tenham caído. Não há evidências atuais de que os indivíduos sejam infecciosos antes do início dos sintomas iniciais.

A erupção cutânea geralmente começa dentro de 1-3 dias após o aparecimento da febre
Créditos: BRIAN W.J. MAHY/CDC
A erupção cutânea geralmente começa dentro de 1-3 dias após o aparecimento da febre

Contato com animais infectados

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, também é possível se contaminar a partir do contato com um animal infectado, através de mordidas e arranhões, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados.

Apesar do nome, os macacos não são reservatórios do vírus da varíola. Acredita-se que principais reservatórios são pequenos roedores que vivem nas florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central.

Contato com objetos

A transmissão também pode ocorrer a partir do contato com materiais que tocaram fluidos corporais ou feridas da pessoa contaminada, como roupas e lençóis.

De mãe para filho

O vírus também pode atravessar a placenta da mãe para o feto. E também é possível que o bebê se contamine durante ou após o parto, pelo contato pele a pele com a mãe.

Sintomas da varíola do macaco

Os sintomas da varíola do macaco são semelhantes, mas mais leves do que os sintomas da varíola, que foi erradicada em 1980.

A doença começa com febre, dor de cabeça, dores musculares e exaustão. A principal diferença entre os sintomas da varíola e da varíola do macaco é que a varíola do macaco faz com que os gânglios linfáticos inchem, enquanto a varíola não.

Em um segundo estágio da doença, aparecem erupções cutâneas. Inicialmente, aparecem lesões planas, que ficam levemente elevadas, depois se enchem de líquido amarelado, antes de formarem uma crosta, e finalmente caírem.

O período de incubação (tempo desde a infecção até os sintomas) da varíola do macaco é geralmente de 7 a 14 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.